segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Turismo sobre viagens


Turismo sobre viagens

30.06.2015 / EM DROGAS / POR CAIO LUIZ
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O título mais redundante para uma matéria na história, apesar de coeso, não revela que entrevistamos Matias Maximiliano, idealizador da primeira revista sobre cannabis no Brasil e de um programa sobre turismo em busca de narcóticos.
No dicionário dos psiconautas encontrei o seguinte verbete:
Nar.co.tu.ris.tas / substantivo (lat) 1 Websérie paródica de programas de turismo da GNT de periodicidade irregular 2 Produto audiovisual com preocupação quase didática sobre consumo e cultura de entorpecentes variados 3 O resultado de background no humor e ativismo canábico oriundo da revista Sem Semente e dos quadrinhos Tarja Preta
A origem dos episódios produzidos pelos cariocas Matias Maximiliano e Daniel Paiva brotou da época em que foram visitar a Cannabis Cup de Amsterdã, em 2012. A finalidade era cobrir o evento para a publicação de cultura canábica Sem Semente, a primeira publicação impressa sobre ganja no brasil, fundada no mesmo ano por Matias.

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Basicamente, o que fizeram foi ingerir erva e derivados de trocentas maneiras e gravaram um monte de gracinhas com uma máscara de luchador mexicano decorada com uma puta folha de maconha. Editar esse material dois anos depois rendeu o primeiro capítulo, sobre coffe shops no caso, da série .
O episódio seguinte foi feito no México e brinca com luta livre, colonização espanhola sangrenta, mescal e, mais seriamente, trata da situação agravada com o tráfico responsável pelo narcoestado no país. Tudo sempre embrulhado em descontração, aloprando a linguagem careta de documentários sobre vida selvagem.

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Os nomes das cidades sempre saem diferentes. O terceiro vídeo foi feito no museu de arte contemporânea Inhotim, em Brumandinho, MG. Sai em breve e mostra o personagem Maconhero Mascarado entupido de ácido original perambulando pelas atrações interativas do Museu.
O lance é que a produção surgiu de tiradas, zueira entre amigos e pura diversão. Feito nas férias e/ou oportunidades de viagem da dupla idealizadora. Os caras agora querem turbinar a parada com laser, luz neon e melhores equipamentos.

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Para a quarta parte, os caras criaram uma campanha - que expira do dia 5 de julho no Catarse - para financiar a cobertura da terceira Copa Cannabis Uruguay em julho. Devem aproveitar a ocasião para falar sobre como o país vizinho do sul está lidando com a regulamentação do gererê desde o governo Mujica. Querem mostrar como o Uruguai está longe de ser o paraíso do turismo canábico, pois ainda é muito difícil descolar um do bom para quem não reside por lá.
Há planos para um episódio só sobre Buenos Aires e outro para o Rio de Janeiro com o objetivo de abordar a questão das UPPs, segregação e controle da população pobre e violência urbana gerada pelo proibicionismo, mas com mistura de ficção. No futuro, querem ir de Tijuana ao Colorado numa road trip.

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Caio Luiz – Vi os episódios disponíveis e senti a irreverência dos quadrinhos Tarja Preta e o ativismo da Sem Semente.
Matias Maximiliano – Sim, foi exatamente da nossa experiência com a Sem Semente, que ruma para a quinta edição no semestre que vem, e com a criação de gibis alternativos e autorais que resolvemos criar o programa. Sou ativista desde 2002, sou um dos organizadores da Marcha da Maconha do RJ, mas dava receio de lançar uma revista e ser preso.
Caio Luiz – O que mudou isso?
Matias Maximiliano – Em 2011, o Supremo Tribunal Federal tornou inconstitucional a prisão por apologia. Isto praticamente legalizou o debate sobre drogas. Mesmo assim, tivemos problemas com gráficas e distribuidoras que se negavam a entregar a revista.

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Caio Luiz – Positivo, então.
Matias Maximiliano – É, mas pessoas ainda são presas por usarem camisetas com folhas de cinco pontas. Há também o problema da partidarização da discussão sobre drogas. Várias legendas, principalmente as de esquerda, usam a questão para arregimentar filiados com discursos engessados e sem propostas práticas.
Caio Luiz – O STF vem trazendo o assunto da descriminalização do usuário à tona.
Matias Maximiliano – É avanço e parte dos primeiros passos para o futuro comércio de drogas. Há gente politizada que defende que drogas não podem ser vendidas como commodities, mas elas sempre foram isso no mercado negro. Uma hora, o governo terá que regular o uso, o plantio, a venda. Só temo como será feito por aqui.

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Caio Luiz – Acha que acontece logo?
Matias Maximiliano – Vejo em cinco ou dez anos as pessoas mudando os avatares de redes sociais para verde quando o presidente dos EUA liberar a venda em todo o país. Foi assim com a união estável gay. Os estados de lá estão liberando aos poucos e iniciam efeito dominó nas demais fronteiras. Só não tombam os estados antiquados e conservadores. Mas a pressão dos demais força a federalização e isto impactará em futuras decisões na América Latina.
Caio Luiz – Seu medo existe por quê?
Matias Maximiliano – Em diversos sentidos, o Brasil é a vanguarda do atraso. Fomos os últimos a libertar escravos. Este é o momento de se debruçar sobre este tema. Tenho receio de que quando for liberado no Brasil, o façam para grandes empresários e corporações ou que, por meio do poder do discurso do capital, haja possibilidades tão grandes de desvios que isto dobre rapidamente as bancadas fundamentalistas do Brasil. Se houver chances de superfaturar, o negócio engrena.

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Caio Luiz – Que modelo de regulamentação é o melhor para você?
Matias Maximiliano – Nos EUA é reflexo do modelo econômico liberal deles. É business com nuance de uso medicinal, recreação, etc. Na Holanda é hipócrita porque é permitido plantar outdoor, mas se alguém enfiar mudas embaixo de luzes em casa é preso. Os coffee shops podem conter até meio quilo para venda e os usuários só estão autorizados a cinco gramas. Ninguém respeita isso. Entretanto, o mais contraditório é que o abastecimento vem de plantações ilegais. Ou seja, não há modelo. Há permissividade velada que é retirada quando o governo acha conveniente.
O Uruguai permite até seis plantas por residência. A criação de clubes de cultivo e até o varejo, em fase de implementação com licitações para determinar quem serão os fornecedores. Mas o Brasil é complexo, grande, é preciso novos estudos para chegar a um meio termo entre as iniciativas.


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As 15 estradas mais belas do mundo

As 15 estradas mais belas do mundo

Essas incríveis estradas tem uma mistura perfeita entre curvas desafiadoras, longas retas, pouco ou nenhum tráfego e o melhor uma vista de tirar o fôlego, fazendo qualquer pessoa parar para tirar uma bela foto.
Transfagarasan – Roménia
OLYMPUS DIGITAL CAMERAEstrada bela 152Estrada bela 151
Stelvio Pass – Itália
Estrada bela 142Estrada bela 141
Lysebotn Road – Noruega
Estrada bela 132Estrada bela 131
O Jebel Hafeet Mountain Road – Emirados Árabes 
Estrada bela 122Estrada bela 121
Col de Turini – França
Estrada bela 112Estrada bela 111
Los Caracoles Pass – Andes
Estrada bela 102Estrada bela 101
San Bernardino Pass – Suíça
Estrada bela 092Estrada bela 091
Guoliang Tunnel Road – China
Estrada bela 082Estrada bela 081
Trollstigen – Noruega
Estrada bela 072Estrada bela 071
Yungas do Norte “Estrada da Morte” – Bolívia
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Oberalp Pass – Suíça
Estrada bela 052Estrada bela 051
Estrada Atlântica – Noruega
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Iroha-Zaka – Japão
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Red Rock Scenic Road – EUA
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The Overseas Highway – Florida Keys
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domingo, 23 de agosto de 2015

Há 100 anos: a fantástica e libertária história de Gerda Wergener

Esta é a verdadeira história de uma artista erótica, de um romance hetero-lésbico e da primeira cirurgia de mudança de sexo do mundo.
A história começa há 100 anos. Em 1912, o casal de artistas Gerda (1886-1940) e Einar Wegener chegou em Paris, na esperança de conseguir maior prosperidade e liberdade do que tinham em Copengahen, sua cidade natal. Eles deram no entrada no Hôtel d'Alsace e ficaram surpresos ao saber que haviam sido colocados no mesmo quarto onde Oscar Wilde havia morrido 12 anos antes. O casal passou os próximos dias lendo a obra de Wilde em voz alta um para o outro. A sexualidade proibida, a transformação, a beleza e a tragédia na obra de Wilde foi refletida nos anos seguintes da vida do casal.
Em Paris, Gerda rapidamente tornou-se conhecida por suas ilustrações sensuais e de espírito livre. Essas ilustrações mostravam com certa frequência uma modelo misteriosa de lábios carnudos. Em 1913, o público ficou chocado ao descobrir a identidade da modelo: o marido de Gerda, Einar. Einar estava em transição para viver a vida abertamente como uma mulher chamada Lili Elbe.


A Mudança de gênero de Lili começou um ano antes, quando uma das modelos de Gerda não conseguiu aparecer para uma sessão. Gerda sugeriu brincando que Einar posasse para elas, vestindo um par de meias e saltos. Foi um momento de despertar para Einar. Nos anos que se seguiram, Lili tornou-se a principal modelo de Gerda.
A carreira artística de Gerda disparou, enquanto a de Einar nunca decolou. Exposições de desenhos decadentes de Gerda causaram tumultos e clamor público. Ela fez ilustrações de moda para a Vogue, ilustrou as aventuras de Casanova e dava festas selvagens e memoráveis em seu estúdio em Paris, que ela chamava de "Les Arums."

Uma relação  incomum existia entre Gerda, Einar e Lili. O casal se referia a Lili na terceira pessoa quando ela não estava lá. Gerda parecia mais atraída pela animada e provocante Lili do que pelo tedioso Einar. Por outro lado, Einar notou que quando estava vestido de homem ele sofria de acessos de tosse e crises de depressão.
Em 1930, Lili foi para a Alemanha para realizar a primeira operação de mudança de sexo do mundo. Uma série de cirurgias deixou Lili rejuvenescida. Seu corpo parecia mais jovem, sua pele mais macia, e sua personalidade mudou mais do que nunca. "Eu não quero ser um artista, mas uma mulher", escreveu Lili. "Deixarei toda a criação artística fora da minha vida ... porque eu não posso continuar o trabalho do artista viril que era [Einar]."
Lili e Gerda voltaram a Copenhagen e alguns dos velhos amigos não reconheceram Lili. Ela podia caminhar anonimamente pela cidade, despercebida entre as mulheres e admirada pelos homens. Mas a vida não foi fácil para ela. Quando o casal realizou uma exposição de arte para ajudar a financiar as cirurgias de Lili, nenhuma pintura foi vendida após ela ter sido exposta pelos jornais. Certo dia em uma galeria de arte, uma mulher se aproximou dela e perguntou:
"Você não acha que aquela senhora com os pés e gravata que se parece com um homem, é Lili Elbe?"
"Sim", respondeu Lili. "Definitivamente é ela."

Em 1931, Gerda e Lili tinha se separaram de forma amigável. Seu casamento havia sido anulado pelo rei da Dinamarca, e ambos estavam saindo com outras pessoas. Gerda se casou com um oficial italiano, enquanto Lili tinha estava apaixonada por um jovem pintor francês.

É nesse ponto que a tragédia começa Na esperança de se tornar uma mãe, Lili fez uma última cirurgia, a de transplante de útero. A medicina anti-rejeição não existia até a descoberta da ciclosporina na década de 1970. O primeiro transplante de órgão bem-sucedido não aconteceu até 1980.  O corpo de Lili rejeitou o órgão, e ela morreu dois dias depois.
Gerda Wegener nunca se recuperou da morte de Lili. Ela se divorciou do marido e se isolou em um pequeno apartamento alugado em Copenhagen. Suas pinturas haviam saído de moda e ela era incapaz de produzir um trabalho que seguisse as tendências artísticas da época. A artista, cujo trabalho já havia causado tumultos na França, agora se sustentava com desenho de cartões de Natal que eram vendidos à Coroa Dinamarquesa.  Sem dinheiro no bolso, Gerda começou a ter sérios problemas com a bebida e morreu sozinha em 1940.
Sua história ficou esquecida até a segunda metade do século passado,  até que as memórias de Lili Elbe, "Man into Woman", foi republicada na década de 50 em uma pulp magazine com uma abordagem sensacionalista. O autor Jan Morris e a tenista Renee Richards creditam o livro como a inspiração para a sua transição de homem para mulher. Em suas autobiografias, as duas mulheres narram o momento mágico em que puxaram o livro empoeirado na prateleira de uma livraria, e o quanto isso significou para elas.
Gerda, por sua vez, foi redescoberta mais de 40 anos após sua morte, quando algumas de suas pinturas eróticas foram encontradas em um sebo Copenhagen em 1984. Embora seu trabalho permaneça relativamente obscuro, é possível encontrar scans de muitas das suas ilustrações on-line, como as que você vê aqui embaixo.





28.05.2015 / EM IDEAFIXXXA SEXO / POR JANARA LOPES

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Maconha para mendigos

Maconha para mendigos

11.08.2015 / EM DROGAS / POR IDEAFIXA
Denver é o condado mais populoso do estado do Colorado, nos EUA. Como a canabis foi legalizada para fins recreativos em todo o estado, isto gerou um pequeno e simpático movimento entre caridosos motoristas e pedestres sensíveis. 
#JointsForHomeless é apenas uma demonstração de solidariedade que exerga que além de alguns trocados e um sanduba esperto, um béque bem bolado também é um baita presente para quem está em situação de rua.
O foda é que os moradores de rua dos EUA estão em situação bem melhor que os daqui do Brasil. E a erva de lá de fato é um presente, já que é feita em estufas e grow rooms de impressionante qualidade, com grande sabor e efeito chapante  de muita potência.
Se o mesmo fosse feito aqui, não que os moradores recusariam, mas não seria tanto um presente assim porque o que temos aqui é sujo e mal cuidado. O bonito de ver no vídeo é a reação das pessoas ao serem contempladas com o presente e o quão felizes ficam. O fato é que doidão fica muito mais fácil aguentar as pancadas da vida, mas não é por isso que estão gratos.
É porque alguém lhes deu um mimo, lembrou de compartilhar e foi gente fina. Erva é uma planta sagrada que cai muito bem com momentos de descontração, rodas de amigo e para fazer amigos. Concluindo, pode fazer preza para os mendigos? Pode.

Hookin' Up Denver's Homeless with Free Joints

http://www.ideafixxxa.com/